Im Si-wan (Yim Si-wan): carreira, vida pessoal e o que vem por aí com Mantis (Netflix, 2025)
Biografia completa do ator sul-coreano: dos palcos do K-pop ao cinema e à TV, prêmios, curiosidades e novidades — incluindo o novo filme Mantis, com estreia confirmada para 26 de setembro de 2025 na Netflix.

Im Si-wan (também creditado como Yim Si-wan) nasceu em 1º de dezembro de 1988, em Busan, Coreia do Sul, e construiu uma trajetória rara: saiu dos palcos do K-pop para se tornar um ator de prestígio em cinema e televisão. Integrante do grupo ZE:A na década de 2010, ele logo demonstrou interesse em desafios dramáticos, estreando na TV com papéis coadjuvantes que chamaram atenção pela sensibilidade. Poucos anos depois, saltou para obras que definiriam sua carreira — como o fenômeno televisivo Misaeng: Incomplete Life (2014) e o sucesso de bilheteria The Attorney (2013) — e seguiu expandindo o repertório em thrillers, romances contemporâneos, filmes de ação e séries premiadas. Em 2025, vive um momento especialmente internacional, liderando o longa Mantis, spin-off do universo de Kill Boksoon, com lançamento global na Netflix.
Primeiros passos: do ZE:A à atuação
A estreia de Si-wan no entretenimento aconteceu como integrante do grupo masculino ZE:A, onde se destacou pela disciplina e pela presença de palco. A rotina de treinamentos e apresentações serviu de base para a transição à atuação: postura, musicalidade e senso de timing foram habilidades que migraram naturalmente para os sets. Em 2012, ele viveu versões jovens de protagonistas em dramas de grande audiência — caso de Moon Embracing the Sun e Man from the Equator — papéis curtos, porém decisivos para que diretores e roteiristas enxergassem seu potencial dramático.
A partir desse período, Si-wan combinou atividades musicais com participações em dramas e telefilmes, compondo personagens com delicadeza e introspecção. Era evidente a busca por complexidade: em vez de se repetir em figuras “fofas”, ele já demonstrava interesse em conflitos internos, traumas e dilemas morais — elementos que se tornariam marca da fase seguinte.
Ponto de virada: The Attorney (2013) e Misaeng (2014)
O cinema foi a primeira consagração com The Attorney (2013), drama jurídico inspirado em fatos reais. Si-wan interpretou um estudante preso e torturado durante o regime militar, performance que exigiu controle emocional e maturidade cênica pouco comuns em atores em início de carreira. O longa ultrapassou a marca de dezenas de milhões de espectadores na Coreia, tornando-se um dos filmes coreanos mais vistos da história e catapultando seu nome ao radar do grande público.

Em 2014, a TV confirmou o momento com Misaeng: Incomplete Life, um retrato reconhecidamente fiel da vida corporativa. Como Jang Geu-rae, um jovem que precisa se adaptar ao ambiente competitivo de um escritório, Si-wan entregou uma atuação silenciosa, contida e extremamente humana. O drama virou fenômeno cultural, impulsionou debates sobre trabalho e saúde mental e rendeu ao ator prêmios como Revelação (TV) no Baeksang Arts Awards. A partir dali, ele não era mais um “ídolo atuando”; era um intérprete de primeira linha.
Cinema: de Cannes a antagonistas marcantes
Se a TV consagrou Si-wan como protagonista sensível, o cinema deu a ele papéis ousados. Em The Merciless (2017), noir criminal exibido em sessão de meia-noite no Festival de Cannes, ele interpretou um policial infiltrado em meio a lealdades quebradas e jogos de poder. A projeção internacional foi imediata. Nos anos seguintes, mostrou outra face em Unlocked (2023), thriller sobre invasão de privacidade via smartphone, onde compôs um antagonista elegante e perturbador — uma mudança de registro que surpreendeu o público.
No mesmo intervalo, Si-wan participou de produções de grande escala como Emergency Declaration (2022), drama de desastre aéreo com elenco estrelado, e liderou Road to Boston (2023), ao dar vida ao maratonista Suh Yun-bok em um drama esportivo de reconstrução nacional. A combinação de projetos comerciais e de prestígio consolidou seu trânsito entre blockbusters e filmes autorais.
TV: do terror psicológico ao romance contemporâneo
Após cumprir o serviço militar obrigatório (2017–2019), Si-wan escolheu um retorno ousado com Strangers from Hell (2019), adaptação de webtoon que acompanha um jovem escritor em uma pensão sinistra. O clima claustrofóbico e a tensão crescente evidenciaram seu controle de nuances em terror psicológico. Na sequência, ele alternou completamente o tom com Run On (2020–2021), romance esportivo onde interpretou Ki Seon-gyeom, ex-velocista de personalidade doce, numa parceria carismática que rendeu boa audiência e alcance global via streaming.
Em 2022, encarnou um investigador implacável do National Tax Service no procedural de ação Tracer (MBC/Wavve), destacando timing afiado para confrontos verbais e cenas intensas de bastidores do fisco. No mesmo ano, estrelou Summer Strike (ENA), drama de cotidiano sobre pausas, recomeços e cura — um respiro sensível em meio à sequência de personagens sob alta pressão. Já em 2023, liderou Boyhood (Coupang Play), comédia juvenil ambientada nos anos 1980, pela qual venceu Melhor Ator no Blue Dragon Series Awards de 2024, confirmando a versatilidade que vai do humor à densidade dramática.

O alcance global também se ampliou com a presença no universo de Squid Game, franquia que segue em expansão e mantém Si-wan em evidência perante o público internacional. Esse conjunto de trabalhos recentes — do terror psicológico à comédia nostálgica, passando por ação e romance — explica por que seu nome é tão frequentemente associado à palavra “amplitude”.
Vida pessoal, formação e curiosidades
Nascido como Im Woong-jae, o ator alterou legalmente o nome para Im Si-wan ao ingressar na indústria, buscando uma identidade artística coesa. Discreto quanto a relacionamentos, preserva a vida privada e costuma direcionar a imagem pública ao trabalho, aos estudos e a ações sociais. Declaradamente interessado por música, toca violino e guitarra, habilidades que ocasionalmente aparecem em programas e apresentações especiais.
Si-wan também é lembrado por doações e aparições em campanhas de interesse público, especialmente voltadas a jovens em situação de vulnerabilidade. Essa postura reforça uma percepção recorrente entre colegas e fãs: além do talento e do profissionalismo no set, ele cultiva uma ética de trabalho serena, cordial e colaborativa — características que, segundo diretores, facilitam processos criativos sob cronogramas apertados.
Estilo de atuação: precisão, silêncio e risco
Ao longo dos anos, Im Si-wan construiu um estilo que privilegia a precisão. Não é um ator de grandes gestos; prefere o subtexto. Em personagens tímidos e éticos, como Jang Geu-rae em Misaeng, encontra humanidade no olhar, no recuo, na respiração contida. Em antagonistas ou figuras ambíguas, como em Unlocked e The Merciless, aciona uma frieza elegante e inquietante, sem caricaturas. Quando o projeto pede afeto e leveza, como em Run On, ele se apoia na escuta e no timing, compondo protagonistas com doçura contemporânea. Essa maleabilidade, associada a escolhas curadas, explica o acúmulo de prêmios e a transversalidade entre público e crítica.
Novidades (2025): Mantis na Netflix
O próximo grande passo de Im Si-wan no cinema é Mantis, spin-off de Kill Boksoon. No longa, ele interpreta Han-ul, um assassino de elite que retorna de um hiato e encontra um submundo em convulsão, com alianças quebradas e uma disputa brutal por supremacia. Ao seu redor estão Jae-yi (Park Gyu-young), antiga parceira e rival tão letal quanto estratégica, e Dok-go (Jo Woo-jin), peça-chave que tenta reposicionar forças em uma organização que perdeu o equilíbrio. A proposta promete coreografias estilizadas, duelos intensos e um clima de tensão crescente.
A estreia global de Mantis está confirmada para 26 de setembro de 2025, diretamente na Netflix. Para Si-wan, o projeto representa muito mais do que um filme de ação: é a consolidação de sua fase internacional, com um protagonista que exige vigor físico, carisma sombrio e leitura cuidadosa de moralidade — um “anti-herói” moldado pela ambição e pela sobrevivência. Ao expandir o universo de Kill Boksoon, o filme também reforça o apetite do público por narrativas interconectadas, agora com o ator no centro de um jogo de poder de escala global.
Impacto e legado em construção
A trajetória de Im Si-wan é, sobretudo, uma lição de consistência. Ele não se apressa em acumular títulos; seleciona projetos que lhe permitem explorar novas bordas. O resultado é uma filmografia que alterna sensibilidade e risco, intimismo e espetáculo, televisão popular e cinema de prestígio. Do jovem de olhar miúdo que desafia o sistema em Misaeng ao antagonista glacial de Unlocked, passando pelo atleta gentil de Run On e pelo infiltrado atormentado de The Merciless, o ator prova que é possível reorganizar a própria imagem a cada personagem.
Com Mantis no horizonte, a expectativa é que Si-wan reforce a condição de estrela global sem perder a assinatura: interpretações minuciosas, que valorizam o que não é dito e que convidam o público a completar os silêncios. É esse conjunto — técnica, afeto e coragem de variar — que sustenta a relevância do ator na atual era de ouro do audiovisual coreano.
