Romantic Killer – Satira romântica que vira o jogo do amor
Romantic Killer (ロマンティック・キラー, Romantikku Kirā) é um mangá escrito e ilustrado por Wataru Momose, publicado na plataforma Shōnen Jump+ entre 30 de julho de 2019 e 2 de junho de 2020, com quatro volumes compilados. Sua adaptação em anime, no formato ONA, foi produzida pelo estúdio Domerica e lançada pela Netflix em 27 de outubro de 2022, com direção de Kazuya Ichikawa, roteiros de Sayuri Ōba e Hiroko Fukuda, design de personagens de Arisa Matsuura e trilha sonora composta por Ryo Kawasaki e Tomoyuki Kono.

Novidade importante
Uma adaptação live-action está confirmada para estrear no cinema japonês em 12 de dezembro de 2025, dirigida por Tsutomu Hanabusa, com roteiro de Junpei Yamaoka e produção de Toho Studios e Dub. A trilha contará com artistas como Naniwa Danshi, INI e Fantastics. A expectativa é que a versão em live-action preserve o tom satírico do anime, ressaltando a protagonista “anti-romance” e o humor metalinguístico em torno dos clichês de jogos otome.
Sinopse & Premissa
A protagonista, Anzu Hoshino, é uma estudante do ensino médio sem o menor interesse em namorar. O que ela ama de verdade são videogames, chocolate e o seu gato Momohiki. Certo dia, um “cupido” mágico chamado Riri salta da tela da TV e a inscreve à força num “experimento romântico”: até Anzu aceitar viver situações dignas de um jogo otome, Riri confisca suas três paixões. O “jogo” da vida real começa quando ela passa a conhecer candidatos a namorado em encontros “casuais” extremamente suspeitos. O objetivo de Riri é simples: fazer Anzu se apaixonar, apesar da teimosia anti-romance da garota.

Personagens Principais
Anzu Hoshino
A “anti-heroína” declarada. Racional, direta e zero paciente com roteiros de romance, Anzu é movida por lealdade aos amigos e por um senso de justiça afiado. Sua resistência a clichês românticos é o motor da sátira: ela joga contra as regras do “experimento”, desarmando as armadilhas fofinhas de Riri. Também tem fobia de baratas, o que rende momentos cômicos memoráveis.
Riri (ou Rio Fushigi)
Um “cupido” travesso e mutável que pode aparecer como garota ou garoto. Riri manipula cenários e “eventos” para empurrar Anzu rumo ao romance. Embora crie coincidências absurdas, os sentimentos dos candidatos por Anzu são reais, o que gera dilemas éticos e momentos de empatia genuína em meio ao caos mágico.
Tsukasa Kazuki
O primeiro grande candidato: bonito, reservado e com traumas de perseguição no passado. Seu distanciamento emocional não é frieza gratuita; nasce de uma experiência obsessiva que marcou sua vida. Por uma série de infortúnios, acaba morando com Anzu, e a convivência forçada evolui de desconfiança para cuidado mútuo.
Junta Hayami
Apresentado como “amigo de infância” de Anzu, ele é um astro do beisebol e popular na escola. Sincero e dedicado, nutre sentimentos genuínos por ela, mesmo quando Anzu não o reconhece de imediato. Junta representa o contraponto caloroso e transparente às tensões emocionais de Tsukasa.
Hijiri Koganei
Rico, mimado e acostumado a resolver tudo com dinheiro. Ele tenta “comprar” o afeto de Anzu oferecendo substitutos para suas três paixões — mas descobre que sentimentos verdadeiros não se adquirem em prateleiras. Seu arco trata de humildade e autoconhecimento.
Yukana Kishi
Antagonista stalker obcecada por Tsukasa, responsável por traumas que explicam o comportamento defensivo do rapaz. Em certo ponto, Riri intervém para apagar traços de memória, criando debate sobre limites, proteção e consentimento dentro da fantasia cômica da série.
Coajuvantes: Saki Takamine (amiga de Anzu), Makoto Oda e figuras como o chofer de Hijiri oferecem apoio e nuances, fortalecendo o comentário social e o humor de situação.

Temas, Apelo & Estilo
Romantic Killer subverte comédia romântica e jogos otome ao colocar no centro uma protagonista que não quer romance. A sátira desmonta “rotas de sedução” e coincidências perfeitas, mas mantém o foco em conexões humanas reais: empatia, confiança e autonomia. O resultado é um equilíbrio eficiente entre humor metalinguístico e momentos emocionais sinceros, em que a fantasia só funciona quando respeita a complexidade das pessoas fora dos clichês.
Reações & Recepção
O mangá venceu o Jump Vertical Scrolling Manga Award (2ª edição) e ficou em 12º lugar no Next Manga Awards de 2020. Entre fãs, há debate sobre o ritmo do romance — alguns esperavam um desenvolvimento mais “fechado”, enquanto outros celebram a escolha de privilegiar amizade, limites pessoais e o valor do afeto não romântico. O anime ganhou atenção por dialogar com quem ama romance e com quem torce o nariz para fórmulas prontas.

Conclusão
Romantic Killer é mais do que uma piada com clichês: é uma história sobre respeito, consentimento e o direito de seguir o próprio ritmo. Ao rir das “rotas ideais” e desafiar o destino romântico pré-programado, a série lembra que sentir é plural — amizade, afeto, cuidado e, quem sabe, amor, quando (e se) fizer sentido. Para quem curte comédia romântica e para quem diz que não curte também, é um título que merece entrar na sua lista.